O QUE SÃO FILHOS?
- Anderson Antonio Barros e Silva
- 25 de nov. de 2016
- 3 min de leitura

O que são filhos? Com a prevalência, por enquanto, no lado ocidental do nosso planeta de uma visão não-reencarnacionista, devido à influência religiosa que nos enxerga a partir da infância, que chama equivocadamente de "o início da vida”, e com o engano das ilusões dos rótulos, os nossos filhos são considerados "nossos filhos". Mas quem está realmente atento ao fato de que são Espíritos que estão retornando? E que vêm com uma historicidade muito antiga de vivências e experiências? E quantos aqui chegam e são abortados, rejeitados, abandonados, maltratados, quantos vivem situações de abuso físico, abuso sexual, falta de estudo, falta de um verdadeiro lar, etc.
Todos conhecemos um pouco a respeito das leis do Karma, os resgates, a oportunidade que certas condições traumáticas do início dessa vida representam para o aprendizado de antigas lições, e sabemos que muitas vezes necessitamos passar por carências e traumas, que visam servir de estímulo para o nosso crescimento e evolução consciencial e a ampliação da nossa capacidade de amar. Mas se nós lembrássemos vivamente que entremeado naquele corpinho de nenê, de criança, existe um Espírito retornando cheio de esperança, ansioso por essa nova oportunidade, que está voltando para cá, indefeso, frágil e extremamente vulnerável, característica do filhote do homem, ou então com medo dessa nova experiência, de sofrer ou errar novamente e, às vezes, até relutante, teríamos muito mais cuidado e preocupação com o que fazemos, ou não fazemos, com eles.
Um dia a humanidade atingirá um estágio maior de sabedoria e, através do conhecimento do Caminho evolutivo do Espírito, saberá que estamos todos em busca de crescimento, de expansão, retornando à Perfeição. E nesse dia, a Terra deixará de ser um "campo de testes e de provas" e atingirá um grau mais elevado, o que pode ocorrer ainda nesse milênio. Devemos nos empenhar no projeto de evolução da humanidade e, para isso, é fundamental que passemos a enxergar os Espíritos recém-chegados ("crianças") como alunos que entram em uma Escola, e nós, que estamos aqui há mais tempo, devemos atuar como seus professores, orientadores. Embora, muitas vezes, Deus envia um filho mais evoluído do que nós para nos ensinar, para nos dar aula de amor, de humildade, de espiritualidade, de desapego, mas raros pais e mães conseguem aprender com eles.
A maioria de nós, mesmo reencarnacionistas, caímos na ilusão de “pai”, “mãe” e “filho”. Mas através um profundo trabalho de crescimento e desenvolvimento, que atinja a nossa família, o nosso entorno e a sociedade como um todo, em seus valores morais, sociais e culturais, conseguiremos enxergar igualmente os nossos filhos e os filhos dos outros, as crianças ricas e as pobres, os nascidos no nosso país ou nos outros, os de "casca" branca, preta ou amarela. Quando conseguirmos vislumbrar Espíritos encaixados dentro desses pequeninos invólucros, escondidos sob tantos rótulos ilusórios, poderemos ser seus instrutores espirituais aqui no planeta.
Temos sido muito egoístas. Vestidos de espiritualistas, fantasiados de evoluídos, de sábios, tendemos a pensar que a responsabilidade é das autoridades, é dos outros, que não somos culpados de nada, que em nada colaboramos para que exista e perpetuasse essa miséria, essa injustiça cometida contra esses pequenos corpinhos que perambulam pelas ruas, pelas sinaleiras, que nos chamam de tio, de tia, e aos quais, de vez em quando, magnanimamente, oferecemos algumas moedas ou uma bala, um pirulito, ou um brinquedo que o nosso filho, limpinho e perfumado, bem cuidado e alimentado, não quer mais...
Temos sido muito hipócritas. Nos enganamos que não temos tempo para nos juntarmos e acabarmos com esse atestado de nossa pobreza espiritual, de nossa tacanhice moral, fazendo discursos em frente à televisão, nos indignando com os políticos, com as notícias, criticando os "culpados", estatelados no sofá, ao som dos jogos dos computadores e dos videogames dos "nossos" filhos, sofrendo pelos que não são nossos, são dos outros, num contraste que evidencia claramente os responsáveis por tudo isso: todos nós.
Mas isso vai melhorar, claro que com o decorrer dos séculos, mas vai mudar, e um dia o "Reino dos Céus" estará aqui, e nesse dia, nós estaremos nos dedicando prioritariamente aos outros, à saúde e ao conhecimento, e não mais, como hoje, preferencialmente a nós mesmos e aos nossos, ao superficial e ao temporário. A cura da humanidade é a cura do egoísmo e da ignorância de cada um de nós.
(Extraído do texto “PSICOTERAPIA REENCARNACIONISTA PARA CRIANÇAS”, por Dr. Mauro Kwitko)
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